19.12.08

excesso de quórum

na coreia do sul, ora pois, devido a uma lei de comércio livre com os estados unidos, dezenas de deputados da oposição envolveram-se numa escaramuça com a guarda do parlamento, que protegia membros do partido do governo reunidos numa sala fechada. os oposicionistas arrombaram a porta da sala e desempilharam as pilhas de mobília que os deputados reunidos - chamemos-lhes os reunistas - tinham amontoado atrás da porta para assim terem uma segunda linha de defesa. houve deputados, sangue, batatada, gás, agitação, ranho e muita tontice. parecia o parlamento português, mas sem a agitação, o gás, a batatada, o sangue e os deputados.

17.12.08

na fila mascando gomas

goes unspoken

uma revisão de "george washington", de david gordon green, poderá originar uma reavaliação em baixa da ideia com que fiquei à altura do primeiro visionamento: trata-se de uma das mais magníficas primeiras obras de autor do cinema contemporâneo americano.
no entanto, pelo menos por enquanto, o que revi foi "undertow", do mesmo green, e se à altura da primeira exposição ao filme já me tinha parecido bom, esta revisão três anos depois subiu-lhe bem a bitola. ora na ficha técnica deste, há um nome que praticamente valida as comparações feitas consigo aquando da produção daquela primeira longa-metragem, e isto faz-me crer que o processo se repetirá em relação a "george washington"...
sim, there's a name, but the name goes unspoken...

leituras

estava aqui a não pensar escrever sobre leituras recentes, por exemplo os ensaios de orwell ou uma substancial porção da obra de bioy casares, e acho que mesmo sem pensar nisso é o que não vou fazer.
a edição portuguesa da playboy sai já em março, dizem, e mais dizem que "não será uma cópia de qualquer outra", isto segundo são mamede, sónia de primeira graça, do grupo fresta, responsável pela empreitada. mais anuncia que não se devem esperar "apenas playmates, coelhinhas" (haverá «playmates, touras»?), e que "conhecendo as edições de outros países, fazem parte da revista artigos de fundo e boas entrevistas". estes tipos estão mesmo dispostos a não copiar ninguém; sabem o que o público português procura numa revista deste género - muito artigo de fundo (o sr. alberto até os pendura na parede do fundo da oficina) e sobretudo muito boas entrevistas, o que aliás sónia afiança mais adiante, "temos que ter em conta que a revista é para os portugueses". por isto mesmo modestamente sugiro que se constitua uma boa equipa de psicologia clínica para o acompanhamento das coelhinhas, que poderão ver-se em situações complicadas de auto-estima depois de se saberem preteridas por uma boa entrevista, ou paper científico, por parte dos consumidores da revista, rude golpe no amor-próprio de tantos vinte e pouco aninhos que tantas vidas poderá ceifar, conselho que a malta da fresta não descurará.